Quando elaboramos esse post, pensamos em destacar os maiores empreendedores do Paraná. Mas, será que os maiores empreendedores são também as maiores empresas?
Vemos grandes instituições causando profundo impacto econômico e social no estado. Mas, também vemos “pequenas” iniciativas que, justamente por estarem mais próximas da comunidade, geram transformações de dentro para fora.
Ambos papéis são importantes para o empreendedorismo no Paraná, pois em maior ou menor escala, impactam positivamente a sociedade. Todos eles contribuem para o nosso Estado ser referência nacional em negócios.
Por aqui, vemos iniciativas públicas e privadas apoiando jovens empreendedores, startups, PMEs e até mesmo empresas centenárias.
A ACP, por exemplo, possui mais de 30 mil associados, a maioria pequenos e médios empreendedores. Além de oferecer soluções para problemas do dia a dia, como a inadimplência e a prospecção de clientes, também promovemos ações para aproximar instituições e pessoas. Para nós, o empreendedorismo promove conexões e torna a sociedade mais justa e democrática.
Nas próximas linhas, temos: o perfil dos empreendedores do Paraná; uma lista com as maiores empresas do estado; e uma lista com algumas das pessoas que estão inovando o comércio, a indústria e os serviços.
Sabemos que somos muitos, portanto, sinta-se a vontade para compartilhar, nos comentários, as empresas e empreendedores que te inspiram – ou mesmo indicar seu próprio negócio.
O perfil dos empreendedores do Paraná
O empreendedorismo no Paraná cresce exponencialmente. Segundo a Boa Vista, no primeiro semestre de 2019, mais de 100 mil empresas abriram as portas. Esse número dobrou até o final do ano. Encerramos 2019 com mais de 200 mil empresas abertas e em atividade.
Apesar disso, os empreendedores paranaenses enfrentam muitos desafios. 22% ainda não atingiu o ponto de equilíbro e, mesmo com dificuldades, apenas 55% buscam pela ajuda de entidades como a ACP e o Sebrae para empreender.
Esses dados fazem parte do Raio-X do Empreendedorismo no Paraná, uma pesquisa interna que realizamos com nossos associados. Mais de 400 empresas revelaram que suas principais dores são:
- Superar a concorrência (38,3%);
- Criar novos produtos e serviços (25,8%);
- Desenvolver campanhas de marketing (25,8%);
- Lidar com as burocracias do dia a dia (25,8%);
- Recrutar e contratar colaboradores (25,6%).
Quanto ao perfil de negócios, temos:
59% das empresas possuem sócios, a maioria familiares (48%).
49% possuem parcerias que auxiliam, principalmente, na divulgação de produtos e na expansão do networking.
8% dos empresários recorreram à investidores e 16,4% realizaram empréstimos de até R$500 mil nos estágios iniciais.
53,3% atuam no segmento B2C, isto é, oferecem seus produtos e serviços diretamente ao consumidor final. 52,3% são prestadores de serviço.
O Raio-X do empreendedorismo no Paraná foi lançado pela ACP no segundo semestre de 2019. Veja o estudo completo.
Maiores resultados em vendas, lucro e patrimônio
Todos os anos, o Grupo Amanhã, em parceria com a PwC, anuncia os principais indicadores das 500 maiores empresas da região Sul.
Em 2018, os empreendedores do Paraná somaram R$207,4 bilhões em receita líquida, 12,5% a mais que seus colegas gaúchos e 18,3% a mais que os catarinenses.
O Paraná também obteve vantagem na rentabilidade sobre a receita. O índice médio foi de 17,1% – mais que o dobro da média de Santa Catarina (8,2%) e o triplo da média do Rio Grande do Sul (5,8%).
Em termos de patrimônio líquido, as dez maiores empresas do Paraná conquistaram um VPG* de R$14,3 bilhões. Aqui está o ranking:
Posição | Grupo/Empresa | VPG* 2018 R$ Milhões |
1 | Copel e Controladas | 14.286,42 |
2 | Coamo – Agroindustrial Cooperativa | 8.259,22 |
3 | Klabin S/A | 7.291,88 |
4 | Rumo S/A | 6.808,58 |
5 | Itaipu Binacional | 6.457,78 |
6 | Renault do Brasil | 6.329,97 |
7 | Fertipar | 4.718,86 |
8 | Sanepar – Cia. Saneamento do Paraná | 4.612,72 |
9 | Kirton Bank S/A – Banco Múltiplo | 4.454,18 |
10 | C.Vale – Coop. Agroindustrial | 4.249,10 |
*VPG = Valor Ponderado de Grandeza
Empreendedores que inspiram
Acompanhar as maiores empresas do Paraná é importante, mas também precisamos ficar de olho nos empreendedores que estão transformando o Estado.
Essas pessoas estão à frente de instituições, fintechs, startups, grupos, redes e movimentos sócio-culturais, inovando o comércio, a indústria e os serviços.
Na nossa lista, temos:
- Cris Alessi, do Vale do Pinhão
- Alphonse Voigt, Wagner Ruiz e João Del Valle, do Ebanx
- Maria Teresa Fornea, da BCredi
- Daniel e Marcelo Scandian, da MadeiraMadeira
- Tiago Dalvi, da Olist
- Irmãs Alcântara, do Grupo Orna
- Ricardo Dória, da Aldeia
- Bruna Calegari, do Festival Subtropikal
Você sabe quem eles são?
Cris Alessi
Quando assunto é protagonismo feminino, Cris Alessi é um dos principais nomes do Brasil. Presidente da Agência Curitibana de Desenvolvimento, Cris Alessi comanda o Vale do Pinhão, um ecossistema de inovação de Curitiba que, há dois anos, gera novos negócios, empregos e receita para a cidade.
Em 2019, a Agência conseguiu, pela primeira vez desde sua fundação, fechar o ano sem prejuízos. Para 2020, a meta é registrar o primeiro lucro e avançar na gestão pública 4.0.
Com a Agência Curitiba, a empreendedora quer garantir que a inovação e a transformação social caminhem juntos. Em entrevista para o jornal Bem Paraná, Cris Alessi compartilhou sua trajetória profissional e comentou sobre a participação feminina na área de tecnologia.
Alphonse Voigt, Wagner Ruiz e João Del Valle
O Ebanx foi criado por 3 empreendedores com perfis totalmente diferentes. Alphonse Voigt é esportista, João Del Valle cientista da computação e Wagner Luiz especialista em mercado financeiro.
Quando a empresa ainda era pequena, o trio foi apresentar sua ideia para os executivos da Endeavor Global, em Miami.
Num primeiro momento, foram criticados pelo presidente do conselho. Na visão de Edgar Bronfman, faltava um plano de futuro para a fintech.
Mas, isso não desanimou os empreendedores, que conseguiram conquistar os jurados e fazer parte do programa.
Pouco a pouco, o Ebanx se consolidou no mercado e conquistou grandes clientes como o Facebook, Spotify e Airbnb. Em 2019, se tornou o mais novo unicórnio brasileiro.
Maria Teresa Fornea
Criada pela empreendedora Maria Teresa Fornea, a BCredi é a maior startup de crédito imobiliário do Brasil.
Tudo começou em 2013, enquanto a empreendedora fazia um MBA na Kellog School of Management, em Chicago (EUA). Durante as aulas, Maria Teresa pode compreender os profundos impactos da revolução tecnológica na sociedade e nos negócios. Esse foi o pontapé para, dois anos depois, criar a BCredi, fintech cujo processo de spin-off ocorreu dentro do tradicional Conglomerado Financeiro Barigui.
Irmãs Alcântara
As irmãs Bárbara, Débora e Julia Alcântara transformaram um blog de moda em um negócio de R$2,5 milhões.
O Tudo Orna começou em 2010, quando as empreendedoras abriram a sua própria agência de comunicação. A ideia era fazer com que as empresas falassem a mesma língua que o seu público. Pode parecer estranho, mas naquela época, poucas demonstraram interesse no assunto. Foi então que as irmãs Alcântara criaram um blog que, pouco tempo depois, se transformou em um negócio milionário.
Hoje, o Grupo Orna oferece cursos sobre empreendedorismo, bolsas, maquiagens e até café, além de conquistar as empresas que, anteriormente, a agência não conseguiu.
Daniel e Marcelo Scandian
Ao contrário do que muitos pensam, a MadeiraMadeira não começou como uma startup. Em 2010, os irmãos Daniel e Marcelo Scandian abriram um eCommerce que vendia móveis e materiais para construção de fornecedores para consumidores finais.
6 anos depois, a crise econômica obrigou a empresa a reduzir custos. Mas, o que muitos empreendedores veriam como uma ameaça, mostrou-se como uma ótima oportunidade de negócios para os dois.
Foi aí que a MM se transformou em uma fábrica de softwares, oferecendo desde sistemas de gestão de logística à meios de pagamento. Hoje a MM é uma das principais empresas de tecnologia do setor.
Tiago Dalvi
E por falar em empresas de tecnologia, não podemos nos esquecer da Olist. Tiago Dalvi, fundador da startup, também faz parte da nossa lista de empreendedores do Paraná para ficar de olho.
A Olist conecta pequenos lojistas a grandes plataformas do varejo, como Amazon, Americanas, Casas Bahia e Mercado Livre. Para utilizar a plataforma, o vendedor entra no site ou no aplicativo da Olist, faz seu cadastro e sobe seus produtos. Depois disso, os itens são vendidos nos marketplaces com o nome Olist.
Hoje a startup atende, em sua maioria, revendedores de produtos, que desejam aumentar as vendas sem se preocupar com a administração do negócio online.
No segundo semestre de 2019, a empresa recebeu um investimento de R$190 milhões do SoftBank, um conglomerado japonês de telecomunicações.
Isso mostra o apetite do mercado por negócios escaláveis e inovadores. Nos próximos dois anos, a Olist pretende atender mais de 100 mil lojistas nos próximos. Atualmente, a startup atende 7 mil empresas.
Ricardo Dória
Ricardo Dória é fundador da Aldeia, o primeiro coworking da região Sul. É também co-fundador d’A Grande Escola e parte da Global Shapers Community, uma iniciativa do Fórum Econômico Mundial. Para o Ricardo, a educação e o empreendedorismo podem melhorar o mundo.
A Aldeia é conhecida por muitos como um espaço para realizar sonhos audaciosos. Lá, empreendedores contam não apenas com um espaço de trabalho inspirador, mas também uma rede de realizadores – ou makers. 😉
Bruna Calegari e João Anzolin
O Festival Subtropikal ganhou vida em 2016, quando a dupla Bruna Calegari e João Anzolin decidiram conectar as “bolhas criativas” de Curitiba. Para eles, uma cidade tem muito a perder quando a comunidade criativa permanece dividida.
É por isso que o objetivo do Subtropikal é promover conexões e valorizar a cultura local. A ideia não é trazer pessoas de fora para os eventos, e sim, destacar o potencial criativo da própria cidade onde a edição é realizada.
O festival está em seu 4º ano. Ao todo, 25 mil pessoas já foram impactadas. Em 2018 e 2019 o Subtropikal marcou presença em Florianópolis. Esse ano, terá uma nova edição na Ilha e também uma versão Supertropikal em Belém.
Agora, conta para a gente: que outros empreendedores você adicionaria nessa lista? Quem é que te inspira?