Estamos passando por um momento peculiar na economia, principalmente no que se refere à alta nos índices de inadimplência. Segundo pesquisa do Centro de Estudos do Mercado de Capitais, em 2020, a dívida das empresas brasileiras bateu o recorde de R$ 4,3 trilhões, o equivalente a 60,5% do Produto Interno Bruto. Além disso, mais de 90% das famílias estão endividadas, de acordo com pesquisa da Fecomércio e CNC.
Este é o cenário perfeito para um golpe cada vez mais comum no mercado: comprar com a intenção de revender produtos e não realizar o pagamento ao fornecedor. Em uma situação como essa, o prejuízo recai sobre a empresa que vendeu.
Quem pode minimizar os riscos de um possível golpe é o analista de crédito, que deve efetuar uma boa pesquisa antes de permitir a compra. O golpista conhece todos os procedimentos de uma análise e é capaz de rastrear seus próprios dados. Ele sabe como agir mesmo diante de procedimentos bem estruturados.
Mas como é possível perceber os sinais da fraude que pode ocorrer em uma venda? Vamos apresentar algumas dicas valiosas a seguir, porém, primeiramente é importante perceber o que pode atrair a ação de um golpista. Acompanhe:
- Fecha-meta
Todo final de mês, a grande maioria das empresas trabalham com o regime de fecha-meta. Algumas delas dependem da antecipação de recebíveis, ou seja, faturamento que gere títulos de crédito que permitam essa operação. Por isso, quanto mais se vender, melhor. Para o fraudador, este é um momento ideal para agir, visto que os vendedores estão em uma maratona para cumprir suas metas, com pouco tempo para avaliar uma venda segura.
- Setor de Análise de Crédito
Em sua grande maioria, os departamentos de análise de crédito são mais enxutos. Dessa forma, o analista não consegue fazer algumas pesquisas a fundo, pois depende de um tempo cada vez mais escasso.
Leia mais: Análise e Concessão de Crédito – Qual a importância dentro do Ciclo de Vendas?
As informações a seguir ajudam a evitar a ação de um golpista:
1. Narrativa do golpe
Tenha atenção quando o comprador contar uma história com muitos detalhes para conquistar uma compra no crédito. Ele pode estar criando uma narrativa para conseguir o golpe. Lembre-se: “quem não deve, não teme”.
2. Registros
Um ponto positivo para o analista é a impossibilidade de apagar o registro de consultas do SCPC. Esse indicador deve manter uma média mensal constante, sem grandes variações. Quando houver golpe, normalmente haverá um crescimento exponencial de registros nos últimos meses, pois é necessário adquirir o máximo de mercadorias possível antes de ser descoberto.
3. Comportamento
Verifique bem o comportamento de consumo do cliente e desconfie especialmente se houver gastos excessivos recentes com supérfluos e itens de luxo.
4. Alterações
Se a venda estiver sendo feita para Pessoa Jurídica, desconfie no caso de recente alteração de contrato social. Mudança de razão social, troca de sócios ou ampliação do objeto social, por exemplo, podem ser indícios de uma possível fraude.
5. Capacitação
Além de identificar pontos que podem significar a ação de um golpista, como mostramos acima, a empresa pode evitar problemas investindo na capacitação constante do analista de crédito. Sempre há novidades que podem contribuir com o seu desenvolvimento e evitar fraudes no crédito.
6. Política Interna
A empresa pode criar uma política interna de prevenção a golpes, incluindo cartilha de recomendações e critérios para concessão de crédito.
Contar com sistemas de fácil utilização e informações aprofundadas é crucial para uma análise e concessão segura de crédito. Conheça as soluções da Associação Comercial do Paraná para análise de crédito de Pessoa Física e Pessoa Jurídica.
E você tem mais alguma dica para evitar fraudes de crédito no comércio? Compartilhe conosco nos comentários!